17 de ago. de 2014

No fim vesti você

Abri as portas do guarda-roupa improvisado
Nele há de tudo um pouco e quase tudo preto
Penso que agora já é pouco até o ter ao lado

Faço as contas em um silêncio inquieto
Afasto cabides e ensaio diálogos
Hoje eu o quis dormindo por perto

Há no fundo da gaveta aquela sua camiseta branca
Que acidentalmente eu manchei mês passado
Mas ela continua comigo e lhe vou ser franca
Vesti às pressas seu presente e o tecido me caiu pesado

Senti a impaciência tomando conta e o peito apertado
Quero logo vestir mais que suas roupas
O quero amassando meu cabelo em um colchão improvisado
Me acordando com um bom dia e um sorriso de lado

Percebi que a noite seria longa porque
Entre tantas outras opções 
Hoje eu vesti você.

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