Não, eu não estou bem.
Aprendi que é mais fácil sorrir, fingir que não há um nó dolorido na minha garganta que aumenta a cada segundo. É até mesmo uma forma de convencer à mim mesma e de driblar o monstro que comigo vive. Aprendi que mostrar o jogo, que falar a verdade e vomitar as palavras que guardo grande parte das vezes só me prejudica. Ninguém nunca entendeu, ninguém nunca vai entender. A missão foi a mim designada e só cabe a mim conhecer meu âmago, visitar meus infernos, desembaraçar toda essa bagunça que há na minha alma.
Eu tenho tanto! Mas tanto! Eu juro, juro que sou doce e amável! Mas a doçura é coberta pelo amargo do cansaço crônico e do desânimo, da azedo do medo da rejeição e de me expor. A vida inteira carreguei nas costas um peso imensurável, uma sombra viscosa que penetrou já minhas veias e agora circula em mim, há um monstro junto da minha alma e ninguém é capaz de vê-lo e, se o vê, não tarda a partir. Eis a minha maior lição nessa vida: Todos partem eventualmente.
Não tem por quê, não vale a pena expor tudo o que guardo para alguém que irá embora assim que descobrir o que sinto… Mesmo sabendo que minha tristeza não me resume, eu me resigno ao fato de que sim, choca e sim, as pessoas já tem problemas suficientes e não vão querer consigo alguém que traga mais.

Até lá sigo fechada, sorrindo para os outros, querendo chorar quando estou sozinha… Até lá, eu sufoco nas palavras que eu não digo por medo, no pavor do abandono, na falta de esperança e ao mesmo tempo, na esperança em demasia.
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