Tenho a mania insolente de me nomear rainha quando estou confortável. É quase como se em um lugar específico e em um momento único eu me sinta bem o suficiente para me despir de tudo o que me foi colocado no dia do meu nascimento e me adjetivar como bem entenda. Gosto de ser rainha e gosto ainda mais de quem compactua comigo nesse faz-de-conta.
Tanto brinquei de rainha que os súditos por mim antes nomeados hoje o fazem por si só, é como se soubessem que vestindo-me de rainha o meu mundo fica melhor e, voluntários, lembram-me de como é bom ter um lugar para ser feliz e o que se quiser ser. É nesses momentos em que minha alma ulula declarações de amor veladas a estes amigos que me recebem sempre sorrindo e lembrando-me que sou amada e querida.
Nomeei dois reis. Não! Não por ser ariana e gostar do poder e da dominação e ser naturalmente insaciável, não... Esse é outro ponto que influencia muito menos nesse aspecto. A questão é que meus dois reis diferem-se no trato - e no tato:
O primeiro, presente já há quase uma década na minha vida, é quem constantemente prostra-se imponente ao meu lado, capaz de defender-me de um exército de pessoas sozinho, se eu lho pedisse. É meu escudeiro: Travou inúmeras batalhas contra diversos inimigos, alguns reais, outros da minha cabeça. Foi este meu rei que, sentado à direita do meu trono, ergueu-me incontáveis vezes e fez por merecer seu posto vitalício, dividindo o reino comigo e aconselhando-me sempre que preciso.
O segundo, apossou-se recentemente de um pedaço de terra próximo ao palácio real e vagarosamente, aproximou-se de mim se fazendo Pierrot. Ri por horas seguidas na companhia desse meu rei que desinibido chegou como se fosse visita conhecida, fazendo ecoar no palácio risos estridentes de todos meus súditos e meus também. Chegou manso e notável, calmo e contagiante. Antítese pura, esse rei! Ganhou meu carinho como poucos fizeram e após várias reuniões no salão real, decidi que o queria, agora no lado esquerdo, do meu trono... Esse também me protege, mas é do frio, pela manhã e do medo, durante a noite. Ele é o rei que me põe no colo, beija meus ombros, me faz carinho até que eu adormeça e ri... ri de tudo ao meu lado. É meu Rei Terno, meu Rei Carinho.
Todos os dois essenciais para a manutenção da minha existência como rainha nessa fantasia mas, acima de tudo, imprescindíveis para a felicidade dessa que, desprovida de coroa, lhes escreve.
Kaique, meu rei número um e Savi, meu rei de número dois... Para vocês todo o amor do mundo, dessa rainha mimada e chorosa que está contando os dias para matar as saudades!
PS.: Eu canto no chuveiro e sempre lembro de você.
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