-
É um explícito convite a esse moço que, receio,
É capaz de fazer-me mostrar um a um meus limites.
Eu que sou timoneira me inclino a ancorar-me nele
E confesso: em momentos vacilo.
-
Com ele tudo era música
Cabelo desarrumado
A boca feita em um bico
Cedi um sopro de desejo sustenido
Compus com ele um beijo
Tamanha nossa harmonia
O mundo girou sinfonia
Tudo era música.
-
Agarrei cada pedaço de sensação que vi pela frente e como se em uma fagocitose emocional, os roubei para mim. A vida sempre me foi assim: tudo intenso, tudo imenso! Ou tudo ou nada, se te amo te dou meu mundo e se lhe odeio lhe tenho asco… Quando feliz uma tocha flamejante e quando triste um dilúvio, viro então a rainha da menisquência, monocromática.
-
Eu te quero sem roupa e sem pudor, no meio da minha casa. No centro de todas as minhas paredes e pensamentos. Eu te quero sem limites, sem anseios nem boas maneiras, te quero cru.
Eu sei que o que eu procuro está aí dentro, e não importa os empecilhos, eu vou continuar cavando até encontrar e sentir o que eu quero sentir...
-
Faço amor bem feito, faço até mais tarde. Faço de todo e qualquer jeito, com todo tipo de corpo, com todo tipo de sexo. Faço e gosto, aproveito. Exploro todo e cada canto, do corpo e da alma… cada sensação um novo tesouro que faço questão de guardar.
-
Meu apreço agora é sereno, não mais ardente nem tão ávido. Meu amor tornou-se tranquilo. Mais do que nunca sinto que pertenço de fato à algum lugar e, esse lugar, nada mais é do que minha própria vida tendo meu amor como meu cúmplice e metade de tudo que eu me torno. Meu amor também já não é mais egoísta, não te quero para mim, eu só nos quero bem.
-
Rasguei um sorriso no rosto hoje cedo para você
Foi preciso rasgar a boca mesmo porque eu dormi puta
Virei de costas e caí em um sono forçado
Mas de que adianta se eu acordo, seu chato,
E te vejo do lado!? Me vem essa gana escrota
De te acordar e te xingar por não ter me acordado
...Por não ter me aporrinhado.
Daí é que eu nem mais me importo com a treta ou teu sono
Te abraço! Aquele abraço torto, digno de formigar meu braço
Filho da puta, te amo tanto e nem sei dizer
Mas parece que de manhã todo o nhenhenhém me invade
Não me seguro e eu sorrio, te abraço e te cheiro
Espero de verdade que nem dê pra perceber
Mas rasguei um sorriso hoje cedo para você.
-
Não posso te prometer que essa será a última barra pela qual teremos que passar, mas posso prometer dar o melhor de mim a cada segundo, posso prometer prender a minha respiração e te apertar com toda a minha força para que a gente esqueça dos problemas por alguns segundos.
-
Em um piscar de olhos o momento sumiu, fugiu de mim. Tudo o que pude fazer foi descruzar os braços, jogar as costas contra a parede e observar: Todo o meu viver me abandonando, serelepe e distraído... Sem nem perceber que fiquei pra trás..-
-
Faz parte, não?! Todo esse tango social em volta do que somos e não somos, o que mostramos ou não mostramos. Minhas sensações continentais são puro continente da minha essência, bombas atômicas que ao fragmentarem-se reconstroem-se em cima do todo que vacila sempre na hora de separar-se em partes.Faz parte essa confusão em cima do que penso, de tudo que sou.
-Lembra quando doía separar tuas mãos das minhas?
Nossas mãos se separaram por tanto tempo
Até que então a dor virou o consolo
E no chão do quarto onde me espalhei eu vejoCom os olhos borrados por entre lágrimasEspalhadas cada uma das palavras
Que hesitei dizer quando me olhando nos olhos
Da tua partida eminente falava.
-
Só queria chacoalhar-te dos pés a cabeça perguntando por que, e que essas duas palavras ecoassem incessantes no teu ser até que pudesses abrir a boca e baforar nem que fosse um só motivo plausível, que me fizesse crer que o que me dizes nessa hora é verdade e tudo o que me foi dito antes de nada vale.
-
Eu vou escrever uma história daquelas bem bonitas, vou dobrar o papel e guardar em uma caixa lacrada, a qual só você e eu conseguiremos abrir. Você vai ler e dizer que já sabe de tudo isso, então eu vou pegar o papel e queimá-lo na sua frente, pra te ver sangrar, pra você sentir como é bom quando lhe arrancam um pedaço da sua história.
-
Mas o que dói realmente, não é o fato de que acabou, não. Um dia tudo acaba, e eu vivo bem com isso... O que machuca é lembrar da sensação, daquele fogo todo, e olhar pra baixo e ver as cinzas. A dor vem do riso, dos carinhos, da cumplicidade... Não dos momentos ruins, desses a gente sente raiva, ódio. A tristeza bate quando se lembra dos momentos bons. E a paixão nada mais é que isso, um mar de alegria e libido, que aos poucos seca
-
Me deixa sozinha, na minha, nem uma palavra a mais. Me basta meus medos, minhas alegrias, minhas lembranças. Eu jurei nunca me odiar, odiando cada palavra da minha promessa. Agora segue teu caminho, e me deixa no meu canto a pensar, pinta teu mundo das cores que quiseres, eu sigo sozinha em uma batida descompassada, que é pra o mundo dos outros admirar.
-
Abri meu castelo mórbido para tua presença morna e agora que já me deixaste a flama e partiu, tudo agora queima e meu castelo se desfaz em cinzas. Eu queimo e pereço junto dele e das memórias e, ironicamente, sou eu queimando um fósforo após o outro, querendo destruir todo e qualquer rastro do que já fomos nós.
-
Abri, mais uma vez, a pele pra chorar... Chorar pelos olhos não basta, não expressa e não expurga o que me assoma... É um ato mórbido na tentativa de me acalmar, externar a intensidade da minha dor, de colocar de forma visível para o mundo e em especial para mim que ando cega, a dimensão do quanto sofro. Sangro não só sangue, mas sangro lágrimas, gritos, desespero, agonia.
-
Pincelo um pouquinho de cor nesse meu mundo. Inebrio quinas e praças do meu além-corpo, me ausento da consciência pra que o farda não se faça presente em pesar.
-
Em suma, como um palhaço, eu sigo jubilosa mas entornando o pranto aos borbotões.
Em suma, como um palhaço, eu sigo jubilosa mas entornando o pranto aos borbotões.
-
De todos na praça
Mudo, mudei, mudarei...
A mudança que nem todos vêem
Mudança que só eu sei.
Mudo,reviro, desfaço
Gritando, calada na frenteDe todos na praça
Mudo, mudei, mudarei...
A mudança que nem todos vêem
Mudança que só eu sei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário