9 de set. de 2014

Um rei sem coroa.

Um beijo, dois beijos, três, quatro, cinco...
Beijei-lhe o corpo todo enquanto despido
Estirava-se ao meu lado, dormindo.

Os olhos, os ombros, o queixo e as mãos
Marquei-o todo no toque da boca
Amamo-nos como amantes e hoje irmãos

Reviro-lhe os cabelos de criança, tão finos
Mergulho nas suas pupilas bem abertas
Eu o perdi durante esses meses, menino

Você mudou e eu cresci, não ouvi sua voz
Fitei seus ombros marcados, como a giz
Me vi nos seus rasgos,  nas suas pupilas,
Vi-o abrindo o corpo como um dia eu fiz

Não ouvi sua voz, aquela que você fazia para eu me rir
Dormi com seu carinho, aquele cafuné na conchinha
Igual ao da noite em que eu ri da sua voz na vez primeira
Igual ao da noite em que acordei ao seu lado doída inteira

Despedi-me com um beijo forte, estalado
Abracei-o sofrendo, mais que nunca apertado
Meu amigo, amante, meu rei... o vi de costas hoje
O vi partindo, destronado.


- Eu te amo.
- Eu também te amo muito.
- Cê tá ligado que eu te amo bem mais?
- Eu tô derretendo em você, me abraça mais forte!




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