10 de dez. de 2014

+1

Eu medi meu hábitos e anotei: escritora de boteco
Você, detalhista, mediu os rabiscos em meu braço 
Consagramos assim o prólogo da minha tragédia
- Vamos, eu e você, entornar o caneco?
Já torta eu dei as costas, embriagada de você e do chopp
Inspira
Expira
Inspira
Expira
Expurga
Para no final da noite tocar insolente os seus lábios tensos
Sumir sorrindo enxergando um esboço de sorriso seu 
Porque "Deal" é de acordo, é combinado, e o nosso foi
Poesificaria sua fotografia e prosaria o que eu só penso
E enclausurada entre paredes de versos e mais versos
Riscados à caneta eu observo um a um ganhando cor
Escrevo o que só acontece quando fecho os olhos
E o rumo do que escrevo se perde e eu deixo
Falava do prólogo e agora já cambaleio no epílogo
Do que como mulher eu quis e como mulher eu vi
E eu o vi ali naquela banco com o cabelo no rosto
O vi como a poetisa compulsiva que sou e exalo
Como a mulher regida por marte que quer e precisa
E urge e grita e aspira 
Inspira
Expira
Inspira
Expira
Inspira: Mais um, meu jovem… Mais um poema que é só seu

Nenhum comentário:

Postar um comentário