Caminhei, foram 31 passos contados até sentar novamente ao seu lado, até eu me recompor e parecer relaxada… Por dentro eu gritava o que jamais diria em voz alta, o que nego até agora, o que ao vê-lo jogado naquele banco me veio como um chute - com dois pés - no peito: Eu te amo, será?!
29 de nov. de 2014
Na Rodoviária
Saí de perto pro meu vício indevassável e a cada tragada eu pensava em voltar, era hora da partida, voltaria em breve pra realidade. Por que então eu perdia 4 minutos preciosos chupando fumaça ao invés de só ficar quieta ao seu lado, naquele banco de rodoviária? Apaguei o cigarro na metade, na ansiedade de me colocar de novo perto do seu silêncio típico virginiano, dentro do qual você analisa tudo e todos. Caminhando de volta, tampei os ouvidos com os fones, na intenção de não parecer estar tão focada na sua presença, como eu sempre estou quando você está por perto, quando fazemos qualquer coisa juntos. No primeiro segundo em que te vi, com o cabelo enorme todo bagunçado tampando o rosto, a coluna irreverente dobrada e a brancura dos braços riscados, a música, aquela música que sempre me lembra a saudade que sinto quando estamos longe, começou a tocar. Os olhos marejaram e as mãos tremeram - um pouco mais… Foi isso, foi um segundo preenchido por um só acorde que me fez perceber com mais clareza que nunca: meu maior apreço é também meu maior algoz. Eu o amei por um segundo como nada na vida.
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