Você fazia bico...
Você pedia: perde essa barriga?
Eu, fechava o meu.
Hoje aquela música
Eu ainda ouço vez ou outra
E já não me aquece mais a alma,
Mas me aperta a boca do estômago.
Dói-me o terror da auto-crítica
Parida da tua língua insensível,
Que já nem me tocava.
Veneno por veneno
Eu nem precisava do seu.
"Perde esse peso.
Arruma essa cara.
Muda essa roupa.
Fala alguma coisa.
Não fale demais.
Queira mais sexo.
Mas não seja puta.
Você deveria emagrecer...
...Por que você nunca come?!"
Definhou por ti meu corpo
Que corpo por corpo
Esse nunca foi seu.
Eu pedia: toca aquela música?
Você preferia afinar o violão.
Você exigia: se mude inteira!
Eu aprendi afinar meu corpo então
Hoje aquela cobrança
Ainda me assombra vez ou outra
E já não rege mais minha vida,
Mas me torce as entranhas de raiva!
Deixei a semente do teu ranço
Tomar meu amor próprio
E germinar o desespero.
E ódio por ódio,
Eu nunca precisei do seu.
Hoje a minha boca expurga
Não só o que me nutre
Mas o hábito que criei
Na tentativa de me encaixar nos seus padrões
Porque nos seus braços, na hora de dormir
Você nunca fez questão de me encaixar.
Mas você dizia que me amava...
E amor, por amor,
Eu nunca precisei do seu.
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Ame seu corpo, ame a si mesma... Se está em um relacionamento abusivo, peça ajuda, livre-se disso. Você merece mais.
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