No balanço amarelo dos meus poucos anos
Olhos apertados e os punhos cravados na corrente
Eu pendo incerta, danço as pupilas atrás das pálpebras
Eu sinto o vento na face, o cabelo na testa franzida
Uma barreira entre o eu e o mundo
Os fones no ouvido, um botão de mudo
Achava mais fácil se para cada lágrima da vida
Eu pudesse retroceder um dia
Se para cada ranger do balanço amigo
Eu pudesse reaver pequena alegria
Sentindo doer os braços cansados
Desejo abraços que antes rejeitados
É incerto se quando menor era melhor
Se sofri menos ou mais: nos capítulos do meu viver
Houve sempre uma constante, sem motivo aparente
Sempre que fitei-me a fundo percebi-me sofrer
O que há de errado na minha cabeça? Personalidade limítrofe.
Limite entre o que e o que? O diagnóstico uma epígrafe
Sempre aqui a companhia da "falta do quê?"
Sempre me faltou a companhia de quem me ajudasse entender
O que sou o que quero o que vivo o que sinto o que é que eu queria dizer ao escrever?!
...Gosto de balançar no balanço amarelo pra esquecer da vida.
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