Ébria ao concentrar-me no próprio pulso
Torci-me até quebrar o diafragma em dois
E inalei a lava pura em sincero impulso
Queima o peito como se fosse dor
E peito a dor como se queimasse
Tudo a que antes dediquei louvor
Ao assistir o eu que em mim nasce
Com o punho hábil torci o esôfago
Rasguei o cordão umbilical no dente
E deixei no ar um beijo sôfrego
À de meu renascimento plateia ausente
Há por aí novos ares, novos sabores
Há de reconstruir minhas papilas
Não exigir muito de novos amores
Há de rasgar mais largas as pupilas
Enxergar precisa a reconstrução de minhas cores.
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