23 de ago. de 2016

Retrato realista

Conheço-te  tanto
               [e tão pouco!
Eessa dança ambígua
eu me esvaio,
Desfaço-me,
Escorro em teu rio...
Que perene corre flúido e
Às vezes estagnado
                [Roto.

Diante da tua carapaça alegórica,
Eu me floreio inteira.
                 [Cínica!
Eu que na ponta da língua
Dancei o seu nome por vezes mil
Faço de ensaios e questões malabares.
Junto pontos em papilas
                 [que costuram frases.

E nada falo, só interajo.
Respondo, observo:
Ai de mim, que sou assim...
                  [Mero capacho!
Que fui e sou de pura boa vontade
                  [E bom grado.!

Eu que te enquadrei no centro do retrato
Hoje ainda curiosa remonto cacos
De moldura caprichosa.
                  [em que nos coloquei.

Não és nada que eu saiba,
Pois o que eu soube,
Certamente embelezei;

Também não és desconhecido,
Cada traço da sua essência,
Em um passado jubiloso pontuei.

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