23 de ago. de 2016

Canção de ninar

Disparo lampejos alvos de desejo,
Perambulo inquieta nuvens acetinadas,
E sobrevôo intuições previamente pontuadas.

Na terra doída e calcada,
Perco-me no embaralhar das revoadas...
O som que retumba e acorda meu ser.
                 [Que seria eu sem o trovoar?
                             
Sou céu e não há tempestrade que me desague
Que chova, trovoe e relampeie...
Que o farfalar da justiça divina me embale...
A chuva, amigo, é canção de ninar
                 [Para um peito que arde.

Canção de ninar

Disparo lampejos alvos de desejo,
Perambulo inquieta nuvens acetinadas,
E sobrevôo intuições previamente pontuadas.

Na terra doída e calcada,
Perco-me no embaralhar das revoadas...
O som que retumba e acorda meu ser.
                 [Que seria eu sem o trovoar?
                             
Sou céu e não há tempestrade que me desague
Que chova, troveje e relampeie...
Que o farfalar da justiça divina me embale...
A chuva, amigo, é canção de ninar
                 [Para um peito que arde.

Retrato realista

Conheço-te  tanto
               [e tão pouco!
Eessa dança ambígua
eu me esvaio,
Desfaço-me,
Escorro em teu rio...
Que perene corre flúido e
Às vezes estagnado
                [Roto.

Diante da tua carapaça alegórica,
Eu me floreio inteira.
                 [Cínica!
Eu que na ponta da língua
Dancei o seu nome por vezes mil
Faço de ensaios e questões malabares.
Junto pontos em papilas
                 [que costuram frases.

E nada falo, só interajo.
Respondo, observo:
Ai de mim, que sou assim...
                  [Mero capacho!
Que fui e sou de pura boa vontade
                  [E bom grado.!

Eu que te enquadrei no centro do retrato
Hoje ainda curiosa remonto cacos
De moldura caprichosa.
                  [em que nos coloquei.

Não és nada que eu saiba,
Pois o que eu soube,
Certamente embelezei;

Também não és desconhecido,
Cada traço da sua essência,
Em um passado jubiloso pontuei.

2 de ago. de 2016

Venta vento, ventania.

Eu sou é filha do vento.
Pois veja bem: eu danço leve.
Perco-me no traço fino, o movimento
que manuseia a brisa breve!

Comando a tempestade que aniquila.
Feito Shiva, poderosa padeço
de males que não mundanos.
Cada espada cravada - mereço!

Beijada pelas monções de cura,
recomponho-me recolhida em justiça,
não só Shiva mas também Durga.
Redemoinho e fogo: leva essa catiça!

Chega Kali imponente batendo os pés!
Eu rodopio com uma flâmula
dançando em cada mão.
A Terra treme: Há de ir embora, todo malogro e revés!

Venta vento, ventania
Vento, raio e trovão
Yansã é minha mãe
Eu não temo nada, não.

Eparrei!