Então vai, mas leva contigo tudo que resolveu trazer nos braços quando veio ao meu encontro, que fez como um presente envolto em laços já antigos, aprumados do seu jeito meigo, como o de quem me coloca em um pedestal.
Vai e vai depressa, não vire em sequer um momento nem capitule, segue teu rumo e leva, leva embora todos os desenhos invisíveis na parede, que pendurei para sempre me lembrar que um dia houve um plano e, que esse plano, era contigo desbravar o mundo, mesmo que o meu e o teu, em uma galáxia particular.
Se te entreguei as costas foi para esconder o peito que até parece, sabe o quê?
...Capacho, de tanta solada de graça;
...Lenço-de-bolso-, de tanto escarro;
...Tábua de tiro ao Álvaro.
Eu sou judoca, amado. Se há algo no mundo de que entendo é de dar as costas. É mais fácil assim! Mas veja bem o que te custas um afago? Porque não pedes que me vire?
- Pois viro, meu amor!
É demais!! Me deu as costas igualmente, assinalou arritmado o passo da partida, tirando todo o sorriso que um dia houve de estar em meu caminho, me obrigando assim a deixar passar e a desfilar com minha dor.
Se te foi fácil partir que vá tranquilo, que saibas, meu querido, que mesmo que aqui nada teu permaneça, no teu peito fiz morada e onde estiveres te acompanho. Sou aquela voz que te acorda na madrugada, aquela da qual sentes falta na alvorada, aquelaa que escutas no gemido das outras pobres meninas. Hei de atormentar-te e sempre lembrar que partistes assim, como quem vai à esquina comprar pão e não torna.
Gostaria mesmo que tu me tivesses virado num impulso veemente, me implorasses estadia e eu, magnânima, apaixonada, lhe concederia minha vida.
-Perdeu playbloy!
Quando eu me chamar saudade... no teu peito ainda reinarei e tu aos prantos, coitado:
- Tem piedade!
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