22 de fev. de 2016

Pela paz de Narciso

Estou em um chalé sob aquela janelinha;
Meu pé-de-broa apoiado no parapeito,
Aponta para a Noite Estrelada campo-grandense.
Sinto ainda cheiro da grama com orvalho na madrugada,
E o frio era como concreto
Preenchendo tudo que não fosse orgânico,
Ameaçando rachar tudo o que não tivesse calor próprio.
Lembra quantas vezes, já quase não rachou a nós?
Na pontinha do meu dedão uma constelação qualquer
Tu apontas e divagas sobre a vida lá fora:
No espaço, na consciência humana, no traço do teu desenho.
Abro os olhos e volto pro meu apartamento;
Em outra cidade, com bem menos estrelas à vista... tão fria quanto.
"Por quê?" Eu pergunto... "Por que essa viagem toda no tempo agora?"
Maldito Salvador Dalí que me caiu nas mãos hoje.

E caí em mim...

Mais vale o mimo que é lembrança das madrugadas no chalé,
Das conversas intermináveis e filosofias e admiração do meu pé;
Que a mágoa da tua tez rija e olhos cortantes.
Mais vale guardar nossos dias Caeiros,
Que maldizer a sombra de Mefistófeles por trás do nossos contrato.
Eu perdoo. Eu perdoo. Eu perdoo.














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