Por mais que eu nunca te tenha tocado,
Sempre soube o teu toque...
Até o tecido da tua camiseta velha do Ramones,
Doce e enjoativo...
Embriagante.
Embriagante.
Colocaria-me na ponta dos pés
E o sentiria ardente nos lábios,
Se os meus não já formigassem,
E as pernas bambas bordassem
Súplicas no chão do teu quarto.
Eu te olhava de soslaio, cambaleante,
Eu te olhava de soslaio, cambaleante,
A gengiva e dentes em êxtase:
A cada gole de Bacardi
Minha boca sentia mais o magnetismo da tua,
O frenesi do teu gosto...
Que eu nunca senti se não no copo.
E nessa orgia sensorial meus olhos pesados
Encontram os teus de ressaca
Escondidos, dissimulados,
Atrás das ondas do teu cabelo sujo.
Atrás das ondas do teu cabelo sujo.
E eu não te desejaria que não assim: Sujo.
Que não bêbado! Fedendo a Bacardi Big Apple,
Enjoantemente doce.
Eu te sentia na ponta da língua,
Causando-me a náusea do desejo mais forte e impuro,
Com gosto de álcool e derrota.
Covarde que sou!
Do meu corpo só os dedos te conheceram os lábios
Mas eu - ah!!! Eu sim sempre soube o teu gosto!
O teu cheiro asqueroso de ressaca de dia seguinte!
O teu cheiro asqueroso de ressaca de dia seguinte!
E amei-te.
Amei cada pedaço da tua nojeira
E da tua alma linda de artista...
Inebriada eu senti
Cada vaporada quente do teu hálito...
Bacardi era o teu gosto,
E eu nunca mais bebi.