Falo, penso, transpiro morte...
E como se mágica, um suspiro,
Um vulto enorme teu se instala.
Não sei o que há pra além do vulto
Uma vez que mesmo em cores
Vejo-te ainda preto, cor de luto.
Sei ainda menos o por que do lembrar
Acontece que o vazio me enlaça...
E se tem algo na tua alma que eu gosto
É que há aí um silêncio em brasa
Que parece meu nessa tua aura pesada.
És tão gigante... sou inda pequena...
Mas a minha miudez física mascara
Esse expoente e grandioso nada,
Que me consome ainda que serena.
Se questionas um dia minha permanência
Saiba que te guardo um caprichoso zelo,
Que mesmo na ausência da palavra
Minha mão vez ou outra ainda te afaga.
Não que eu lhe tenha amor romântico,
Mas porque reconheço o peso da tua adaga
Não as que coleciona no quarto
Mas a que lembra a mim minha própria chaga.
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