É noite quando o corpo entorpecido deixa a mente falar:
Uivantes revivem as palavras daquele poema português,
Ecoam dentro de mim como o ricochetear de uma bala.
[Quem dera o fosse!
Entorpecida eu submerjo... em mim e no sangue em veia
Que corre e que te carrega, que expurgo em vão ensaio
De ver-me despida de laços, coberta de água não turva.
[E que não lágrima!
É este arrastar dos anos, ou súbito emergir de versos velhos
Algo nesta ponte insubordinada às duras regras do tempo
[E da morte! Da vida!
Que me cobre e afoga em "mares antes nunca navegados",
De afeto que foi dado somente ao sério patriarca desta casa
[Portuguesa, com certeza!
Vê? Até meu expurgo corre pela metade, desalinhado...
A mutação que sinto, esta anomalia, este pedaço que falta
Não se honraria cobrindo com palavras, sequer belas flores
[Nem mesmo a terra te cobriu!
Mas confesso, vôzinho... Há noites em que o vazio extravasa
Que o membro pela ceifa da morte tolhido como nunca falta.
E nem sempre é no dia dos meus anos, nem sempre por querer:
Revivo os tempos em que eu era feliz e ninguém estava morto...
Raiva de não lembrar de esquecer o passado roubado na algibeira!
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