24 de jul. de 2014

Sonho Aqueronte

O despertador tocou antes que eu pudesse cair. Estava lá, na beira da ponte, olhando para baixo e imaginando o que me esperaria por trás da película fina de água que me refletia. Tênue limite entre a vida e a morte... Infinitas pontes, - estas de hidrogênio - que me impediriam de inspirar o ar que me mantém viva e que me soca os pulmões a cada suspiro, abocanhando o vazio ao tentar absorver toda e qualquer coisa que me inspire algo. Inspirar para insispirar-se. Jogar-se para descobrir-se.
Não deu tempo, era já minha hora de levantar e abandonei-me ali, petrificada como a ponte que me sustentava e inundada de pensamentos fluidos que me corriam os rios de veias, tentando-me a unir-me ao meu Rio dos Mortos Particular.

Nenhum comentário:

Postar um comentário