2 de jan. de 2015

É tarde quando a vodka me entontece
O grito contido quase sai me puxando
Do avesso
Observo inerte a parede vazia, entristece
Não sei se causa mais dor ou gratidão
Meu apreço
Nosso cantor favorito ulula
Hinos de nostalgia ao fundo
Falta-me palavras para descrever as sensações
Saltam no peito já há tempo
Moribundo
Inundado de preces que afoguei e de saudade
Monções
A bandeira-presente em mente sobre
Meu corpo despido
Em momentos assim sou tudo que somos juntos
De tudo autônomo deixo o ser
Desprovido
E recolho-me a aguardar remoendo prantos
Do que
Já fui
Ainda não sou
Do que
Eu fiz
Hei de fazer
Do que
Já não é
Que restou.

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