19 de mar. de 2012

No fim eu sempre acabo voltando pro meu cantinho pra desabafar, parece que só me solto aqui - muitas vezes nem isso acaba dando certo.

O problema não é o meio, o problema é o começo. Começar o dia, começar a desenhar o sorriso que eu vou vestir hoje, a partir do momento em que está no meu rosto eu sigo, aparentemente, plena. As forças se esgotando devagar, eu procurando motivos a mais pra abrir os olhos na manhã seguinte... É tudo sempre mais fácil quando durmo. Não sinto, não vejo, não ouço, não existo. A dor cessa. Dor essa que simplesmente vem, habita aqui e insiste em me contaminar... de vez em quando se esconde, mas vai chegando a noitinha e ela chega toda cínica me dar as caras.
Não sei o motivo, só sinto aqui, como um câncer, tomando parte por parte aos poucos até o momento em que eu sucumbir. Nessas horas eu só penso, não quero viver mais do que eu aguente viver, não quero me submeter a mais do que eu possa aguentar e meu limite parece sempre iminente quando, pra minha surpresa, eu me supero.
Não que eu odeie a vida, mas a rotina. Tampouco é que eu odeie as pessoas, elas me interessam. Uma ou outra, cada uma à sua maneira me cativam... E como evitar a rotina? Melhor, como dormir e acordar só quando eu quiser?
Eu guardo meus sorrisos verdadeiros pra quem merece, guardo meus mimos pra quem me agrade, exponho meus medos quando sinto que me vão tomar conta. Mas é isso, mais uma vez eu pareço estar no limite, a tampa da panela estando pra explodir e eu respiro fundo, eu converso sozinha quando não tem ninguém e consigo mentir tão bem que as minhas mentiras acabam virando verdades.
"Isso é uma atitude covarde, você não teria coragem."
"Até parece que você não aguenta."

Aguento mesmo? É tão fraco assim da minha parte? Eu sou mesmo obrigada a suportar todo fardo que me é imposto? onde há justiça nisso?

Tenho tido uma pontinha dentro de mim que, depois de muito tempo tem realmente me dito pra seguir firme, pra levantar a cabeça e mais que nunca tentar sorrir e me convencer de manhã que eu posso sim rasgar meu rosto mostrando os dentes sem medo. Dessa vez essa vontade não vem de mim, dessa vez eu espero que esses momentos efêmeros de tranquilidade se perpetuem... Eu mereço, pelo menos acho que mereço, um canto e um momento de paz. Agradeço de todo coração esse remendinho que está crescendo dentro de mim, por insistir em me levantar quando achei que eu já pertencia ao chão. Só agradeço...

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