Hoje eu acordei divagando na fronteira
Um pé após o outro circulando eu mesma
Respiração pesada e a minha passada lenta
Retornei à casa dos espelhos, de infinitos corredores
Encarei as imagens tortas de mim mesma e dos medos
Do abandono, do fracasso e não suportar os amores
A casa fica logo ali, no limite invisível
Do eu que sou dúvida e o eu tangível
O céu colorido de emoções dançantes
Rajadas raivosas de vento e o orvalho sereno em seguida
A noite escura como o terror da solidão alterna sempre
Com os dias claros de alegrias intensas sem motivo aparente
Amiúde abandono a casa limítrofe e retorno tensa
O fardo de conhecer-se é de de todos o mais pesado
Carrego a chaga e o rótulo, a faca e o queijo também
Jogo o queijo no lixo e enfio a faca na testa...